Desconheço o real propósito de minhas palavras que em teus
ouvidos suplicam lugar.
Sei que em teu desamor julgaste-me desmerecedora de tua
poesia, e em meu peito arde o desejo de a ti direcionar meus clamores.
Rogo-te que em algum de teus passos tu olhes para mim e
percebas em meu andar torto e já recomposto tuas palavras, teus trejeitos.
Quero que fiques, que venhas e em mim te instales. Que em
meu peito faças morada, que à beira de meu leito, observes meu sono e que nele,
tu vivas claro, sonoro.
Quero que sob meus pés estejam os teus. Que dances comigo,
que me apertes contra teus sentidos, que me segures e não me permitas dar-te as
costas novamente.
Que me perdoes, e que teu perdão sirva de redenção aos meus
pesares.
Se assim desejares.
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